terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um bebê jogado pelo muro e o aborto ‪

Um bebê jogado pelo muro e o aborto ‪ É 25 de dezembro. É Natal. Na nossa Belém, um serralheiro percebe o choro de bebê dentro de um embrulho encostado na parede. O resgate é chamado e encontra um recém-nascido no saco plástico. Tinha sete horas de vida. A mãe é uma babá, de 20 anos, que atirou o menino por cima de um muro de dois metros, num terreno baldio. Assista à reportagem:


Sabe qual é a novidade nessa história escabrosa? Nenhuma. Praticamente toda semana, crianças são abandonadas em algum canto do país. Para a sociedade, os moralistas e muita gente que fala em nome da religião e de Deus, essas mulheres são simplesmente assassinas. E ponto.
Não é simples assim – e a origem do problema os hipócritas jogam por cima do muro. O caso do Pará é exemplar para a discussão sobre a legalização do aborto, sobre a qual escrevi dois dias antes do ocorrido. É um tapa na cara de quem chama de homicidas os defensores da causa. É a prova de que há enorme diferença entre um feto interrompido e uma criança jogada numa lata de lixo.
Não existe hipocrisia sem ignorância, como dá para perceber.
Uma gravidez indesejada é um equívoco. Não poder interrompê-la, o início de uma sucessão de erros. Muitas vezes, mortais.
Novas tragédias vão acontecer. Milhares de filhos indesejados ainda estão por vir. E os hipócritas não vão cuidar dessas crianças infelizes. Porque nessas horas, e somente nessas horas, cada um que cuide da sua vida. Não é mesmo?

fonte
http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2010/12/28/um-bebe-jogado-pelo-muro-e-o-aborto